quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Retorno à Religião

Exercitando dons proféticos, vou compartilhar uma opinião um pouco bizarra para muitos.

Acompanhando um pouco o pensamento brasileiro, principalmente o que está em voga (distribuído "gratuitamente pela mídia e pela educação), nada por aqui tem de muito original. O Brasil vem há muito tempo na periferia do pensamento e tudo o que se fala aqui é repetição papagaiesca do que vem de bandeja de fora. Um exemplo, é o supra sumo da filosofia do Brasil, o departamento de filosofia da USP, o departamento francês ultramar, que nunca produziu filosofia.


Percorrendo o ambiente de sociais no Brasil -- que se estende nos mais vastos lugares onde as ciências humanas tocam: ciências sociais estritas, arquitetura, psicologia, letras... -- pode-se ver o mesmo ranço e a mesma "criatividade" do que era o mundo faz uns quarenta anos já. Presos ainda nos insights de Marx, Freud e pupilos (gênios do pensamento abstruso e inconclusivo), que basicamente eram errados em suas cosmovisões, eram loucos e megalomaníacos, mas têm sido perpetuados eternamente em novas "releituras".

Ou seja, nada de novo no pensamento reprográfico brasileiro. Em música, isto seria variações sobre o mesmo tema.

No entanto, o cenário mundial, bem neste instante, parece que coisas inexplicáveis têm acontecido. Basicamente, ninguém tem sabido explicar satisfatoriamente o comportamento da Rússia. Nem tampouco a frouxidão européia, ou a hesitação americana. Em termos políticos, nenhum país segue a seriedade russa: eles sabem exatamente onde as peças estão no tabuleiro, e têm uma grande unidade dentro de seu governo de estruturas veladas. Os países ocidentais estão fragmentados na diversidade democrática. Não que seja ruim ou bom: o relevante é o direcionamento de esforços numa mesma visão.

Mas o interessante é ver a forma com a qual os discursos têm arregimentado simpatias.

Aparentemente, os EUA são imbatíveis militarmente. Mas existem muitos meios indiretos de mobilizar o poder. E um país não terá poder se houver falta de unidade interna em termos de diretrizes. Com confiança sobre sua visão do tabuleiro, me parece que a Rússia têm sentido confiança para movimentos mais efetivos.

Seguirei tomando de ponto de partida, como Olavo de Carvalho, que haja três poderes organizados e mobilizados para disputa da hegemonia no mundo, quais sejam: a elite financeira/midiática; o ex-bloco soviético; a unidade islâmica. O interessante é que dos três, dois têm se apresentado como defensores da fé. Principalmente num mundo desgastado pela falta de alma das pessoas, a elite globalista acaba saindo atrás nessa parte.

Desnecessário comentar qualquer coisa sobre o islã, pois ele já é uma unidade político-religiosa, pois sua religião é eminentemente uma organização social. No entanto, a Rússia é que têm surpreendido com o novo discurso tradicionalista.

A Rússia, conforme cânones marxistas e de seus herdeiros, tentou destruir o cristianismo impregnado na profundidade de seu povo. Ela perdeu essa guerra, os cristãos novamente venceram a sangue de mártires. Não se pode negar, porém, que a Rússia agora está se disfarçando de Igreja, aproveitando-se também da estrutura de Igrejas infiltradas (biônicas).

Com ou sem sinceridade, o discurso religioso está aí. E a minha aposta é vê-lo papagaiado dentro em breve aqui na república da originalidade. Será uma conversão hilária (já estou aqui rindo de antecedência) dos materialistas daqui. Esse pessoal que, pra ser contra o catolicismo/cristianismo hegemônico é propenso às "formas de espiritualidade" indígenas e africanas, ainda voltará a uma ortodoxia dos princípios.

Será a mesma reviravolta de sempre. O movimento revolucionário, propenso apenas a destruir estruturas vigentes e se apossar do poder, abraçará novas opiniões conforme o sabor dos ventos. Se homossexualismo foi ontem fraqueza (como os marxistas ortodoxos acreditavam), nada impede de ser a bandeira de amanhã, mesmo que abandonada depois de amanhã. Liberalismo (libertarianismo), ambientalismo, religião, minorias... cada um é pego e descartado na mesma frieza.

Fico aqui esperando as novas carolas da esquerda.


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Postado no Facebook em 20/04/2014

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