quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Sede de casa (soneto)

Como provar o mais sublime,
buscar aquilo que me anime?
Por criação estava contente,
mas diz "esses prazeres tente".

A conhecer eu me perdia
o mundo, a ser por vária via
entre mil mais: só a ambular,
nunca ledo, cheio... e meu lar?

Letícia, não sejas aquilo!
Requiem, lux... agora entendo.
Sê do vero, bom e belo amigo.

Tudo antes, eu depois senhor.
A todos volto, então me vendo:
pobre na mão do meu Senhor.


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Postado no facebook em 01/12/2013

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

O belo

Ao fazer um gesto, a pessoa torna real sua vontade. Dentro de um potencial infinito de ações, o homem pode fazer só uma coisa num determinado instante. Inevitavelmente ele faz o melhor disponível, de acordo com o julgamento próprio. Isso implica em que há uma hierarquia de valores implícita em cada movimento. A mente humana, superior a qualquer computador existente ou futuro, é capaz desse julgamento imediato. Interessante é que a maior parte das nossas decisões é inconsciente. Mesmo que seja consciente, muitas vezes não sabemos traduzir ou explicar objetivamente o porquê de um ato. Inexplicavelmente ele nos parece certo.

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

A força do perdão

PREFÁCIO: lampejo após sofrimento, confissão, perdão e graça.

Quando perdoamos, a nossa memória começa a ficar turva e o fato passado vai desaparecendo até que não conseguimos mais nos lembrar dele. Daí aquela vinculação, compromisso e peso devido a imagens passadas vai se desvanecendo a ponto da linha de fatos que nos prendem se perder. Uma mente exercitada nisso varre as experiências sem sentido e se abraça às belas imagens universais, a vida passa a ter um caráter menos sequencial e passageiro e mais eterno e universal, a as imagens já não precisam da lógica da sequência, mas são como que quadros estáticos que fazem sentido total e reúnem passado e futuro de uma vez.