sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

O pecado, a navalha filosófica

Qual o critério, onde me apegar?



Em minhas reflexões intelecto-espirituais, encontrei uma navalha, talvez a melhor, para julgar as doutrinas acerca do homem. Kant tentou a sua "Crítica", mas ela é fraca. Nietzsche condenou as idéias... a modernidade enlouqueceu.

O pecado, eis a navalha.

Se uma doutrina nega o pecado, ou silencia sua existência, ela deve ser descartada. Simples. Não poderia ser mais objetivo e fácil.

A modernidade diz a si mesma que superou o pecado, que o homem evoluiu sua compreensão. Muitos padres até, relativizaram o seu peso, a ponto de qualquer ação poder se boa, bastando o atenuante da consciência para se auto justificar.

No final das contas, temos uma sociedade dissimulada, com belas palavras, mas com as íntimas intenções inconfessáveis. Não são poucas as filosofias desse amortecimento zen. Tudo amorfo, indiferente, sem brio, sem honra, sem compromisso, sem ideal.

Muitas seitas cuja vontade concreta se esconde. Maçonaria, comunismo, islamismo. Sacerdotes do espetáculo e dos aplausos. Da boca pra fora, paz e harmonia.

Pergunte sobre o pecado. O que é? Onde está? Este não é nada mais do que o escrutínio da consciência sob inspiração do Espírito Santo. Os pecados são múltiplas faces do nosso egoísmo e soberba, é isso que nos impede da caridade. Não temos satisfação a dar, nem mesmo à nossa consciência, apagada no niilismo sem sentido.

Nunca consegui enxergar tão bem como agora, olhando essa dissecção por essa navalha, que corta as filosofias nos planos mais claros e elucidativos.


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Adendo I, em 28AGO2016

"Condene as idéias e não as pessoas", eis o que diz a Igreja. Mas por outro lado, as idéias não vivem por si e no final das contas só acontece aquilo que as pessoas escolhem.

Se a forma de amar a Deus é fazer a sua vontade (1º mandamento), o façamos na 1ª vontade (2º mandamento) de amar o próximo. E isso se dá nas pequenas escolhas do cotidiano, em que se escolhemos o pecado, ofendemos a Deus e machucamos o próximo.

Eis aí a navalha crítica das teorias e ideologias. Se alguma filosofia inverte tudo a forma de ver, o que muitas vezes nos deixa deslumbrados, e em algum ponto sugere, mesmo que de forma periférica em sem importância*, que o pecado pode ser flexibilizado, eis aí uma filosofia errada de cabo a rabo. Errada em 100%, reforçando aos que acham que se pode aproveitar algo de bom numa filosofia. Por isso que a verdade plena só se encontra num lugar.

* Na verdade, a centralidade inconsciente da doutrina é insinuar o pecado. Tudo aquilo pelo que ela diz lutar é apenas pretexto.


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Adendo II, em 28AGO2016:

Normalmente, a insinuação do pecado, obra do demônio, não é de frente, não usa letras claras. O subentendido parece confrontar a sã e clara doutrina, mas não explicitamente, costurando de ponto a ponto.

Daí que sempre fica a impressão da contradição, aliada a uma vã esperança de que é só aparência, mas no fundo as doutrinas podem se unir.

Esse é o princípio da heresia, do latim haereo, que significa grudar, juntar-se, daí a palavra aderir, por exemplo. O herege quer manter sua doutrina, mas quer grudá-la na verdade da Igreja, quer se passar pela Igreja, para que o fiel a engula junto.


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Veja também A dupla face do pecado.

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